A felicidade em tempos de instagram

Há muito tempo passamos a discutir sobre os falsos padrões de beleza impostos pela mídia, questionamos os corpos perfeitos das modelos sem estrias ou celulites, em uma magreza "impecável" tudo graças ao photoshop. Passamos a questionar a inexistência desses corpos e, mesmo depois de tanto tempo, ainda discutimos sobre esses padrões que deixa principalmente os jovens infelizes com o próprio corpo. Mal temos uma resolução do padrão físico e já nos vemos diante de um novo padrão, dessa vez ainda mais subjetivo que o anterior que é a falsa ideia que as redes sociais trazem de uma felicidade constante.
Mesmo que atualmente já tenhamos páginas e influenciadores que trazem questões importantes e atuais, ainda é constante aqueles que trazem uma imagem irreal de vida perfeita que, sejamos sinceros, não é difícil de interpretar para uma lente. Mas será que eles, instagramers, youtubers, tiktokers e afins, são os responsáveis por disseminar essa idealização entre nós, reles mortais? A resposta é: também, mas não apenas.
A maioria de nós, em algum momento da vida, teve um ídolo, uma imagem que acreditamos ser um exemplo a ser seguido ou, pelo menos, admirado e isso não é necessariamente ruim desde que entendamos essa figura como aquilo que ela é: um ser humano como outro qualquer interpretando um de seus vários papéis sociais que é o papel profissional. Muitas vezes essas pessoas trarão para o público parte de tudo o que acreditam e o que são, mas jamais o todo, pois sempre terá uma parte que, por razões de cada um, pertencerá à vida particular, uma parte destinada apenas para a família e/ou amigos.
Assim como qualquer ser humano, essas pessoas também têm diversos problemas, tanto que, com frequência, vem à tona, em sites de fofoca ou nas próprias redes sociais, histórias de traição, depressão, vícios, brigas familiares e incontáveis situações que, não raramente, vemos acontecendo perto de nós. Ou ainda, celebridades que, para ganhar mídia, abordam assuntos que estão em alta, mas causam decepção no público ao não se posicionarem em situações relevantes para seus fãs (Pink Money?).
Alguns, de fato, agem de má fé, porém outros só estão sendo pessoas normais, considerando que a maioria das pessoas não levarão seus problemas pessoais para o trabalho. Alguns, ainda, não compreenderam a importância de colocar abaixo a ideia de uma felicidade inalcançável, mas no fim, todos terão suas vidas particulares e suas vidas profissionais, e essa última sempre tende a parecer mais atraente.
Portanto, fica a reflexão se não cabe a nós, consumidores digitais, desmanchar essa visão e passar a utilizar nossa própria vida como base para atingir nossas metas, aceitando nossas dores que, sim, são reais e devem ser lavadas em consideração em nossa caminhada.
Podemos admirar centenas de pessoas em nossas vidas, mas tomando cuidado com as expectativas, porque nem sempre o outro terá condições de supri-las e nós podemos acabar com a cara no chão, acreditando no absurdo que se a fulana que tem a vida perfeita não tem sorte no amor, quem dirá eu que sou só... eu. Então vale lembrar que tem muita coisa que fulana não conta na foto do instagram, que ela é apenas mais uma pessoa de carne e osso tentando lidar com problemas comuns que eu e você enfrentamos em nosso dia a dia.

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